Tudo que você precisa saber sobre carros blindados

Carros blindados precisam, sim, de alguns tratamentos especiais, tais como não fechar a porta com o vidro aberto e nunca estacionar o veículo com a parte das rodas sobre desníveis, como calçadas
Você pode até não pensar em ter um, mas, provavelmente, já vieram à sua mente diversos questionamentos sobre carros blindados. Será que eles resistem a todos os calibres de bala? São mais pesados? Têm diferença na maneira de dirigir? Calma, respira, que o Petrobras de Carona com Elas vai esclarecer todas essas dúvidas e muitas outras sobre a blindagem automotiva.Carros blindados precisam, sim, de alguns tratamentos especiais, tais como não fechar a porta com o vidro aberto e nunca estacionar o veículo com a parte das rodas sobre desníveis, como calçadas. Cuidados como esses evitarão que os vidros trinquem.
A proprietária de uma empresa especializada na regularização de veículos blindados em São Paulo, Graziela Zucatto, também alerta para outras precauções a serem tomadas:
“Quem tem carro blindado também deve evitar deixá-lo exposto ao tempo, pois mudanças bruscas de temperatura ajudam no deslocamento das camadas da blindagem ocasionando a delaminação (bolhas) dos vidros, diminuindo a proteção balística”.
E não é só isso, há uma pequena diferença na maneira de dirigir carros blindados. Graziela explica que isso ocorre porque o centro de gravidade do veículo sofre alterações. E o recomendado é fazer cursos específicos de pilotagem que auxiliam nesse novo modo de direção.
A blindagem automotiva também interfere no peso do veículo, a variação pode ser de 70 kg a 130 kg a mais do que o peso original do carro, isso depende do nível da blindagem. No total, existem quatro níveis de proteção balística. Os valores para blindar variam de acordo com o tipo do veículo, do nível da blindagem, por exemplo, e do material utilizado. O nível I custa em torno de R$ 20 a R$ 30 mil. O nível II e IIA de R$ 30 a R$ 40 mil. O último nível IIIA, que é o mais procurado no mercado, de acordo com Graziela, e custa de R$ 45 a R$ 75 mil.
Outra dúvida que muitos condutores têm é se há risco de uma bala penetrar o interior de um veículo blindado, Graziela explica:
“Se existirem áreas vulneráveis, significa que a blindagem não foi instalada corretamente e, consequentemente, há risco de um projétil penetrar. Isso também pode acontecer se o disparo for de um calibre maior que o nível de proteção instalado no veículo”.
E nem pense que tem como blindar pneu, o que existem são cintas de aço (mais utilizadas pelas blindadoras), de nylon rígido e de borracha que impedem que os pneus escapem das rodas quando alvejados. Isso ajuda o condutor a escapar com segurança do risco.
E quem tem ou pensa em comprar um carro blindado precisa saber que a blindagem pode interferir na vida útil do automóvel.
“A blindagem é um peso extra no veículo e pode sim haver um desgaste maior principalmente na parte da suspensão e freios. Por isso, é importantíssimo fazer a manutenção periódica estipulada pela blindadora para aumentar a vida útil das peças e manter a segurança do veículo”, recomenda Graziela.
Todos os carros, incluindo os populares, podem receber a blindagem automotiva, mas não é aconselhável fazer isso em veículos com potência inferior a 120 CV. Nesse caso, a relação peso/consumo pode não ser vantajosa, aumentando o desgaste do carro.
E antes de decidir blindar seu carro, você precisa ter a autorização de blindagem expedida pelo Exército Brasileiro (EB) e depois da blindagem, a declaração de blindagem, que também é expedida pelo EB. Além disso, ainda é preciso fazer uma regularização no Detran para a inclusão do termo “blindagem” no documento do carro.